sábado, 6 de agosto de 2022

Brasil perde um ícone da comunicação e da cultura nacional


Fonte: Luiz Fernando da Silva Jr. é professor e superior do curso de graduação em Cinema e Audiovisual da ESPM

Jô Soares faz e fará parte do imaginário coletivo dos brasileiros, estando presente no cotidiano das famílias por mais de 60 anos, na qual a televisão permanece como importante fonte de entretenimento e informação para um país tão amplo e desigual em acesso a tecnologias e oportunidades. 

Luiz Fernando da Silva Jr., professor e superior do curso de graduação em Cinema e Audiovisual da ESPM, comenta que quantos, como ele, somente iriam dormir após o “beijo do Gordo”, no encerramento do “Programa do Jô”. O comediante era o verdadeiro “show-man”, seus números são impressionantes: mais de 14 mil entrevistas realizadas, os mais de 200 personagens desenvolvidos, oito livros, peças de teatro e diversos programas de TV. Para o especialista, isso não é suficiente para ter a verdadeira dimensão da envergadura deste artista. "Devemos observar e destacar o impacto do Jô para o audiovisual e para a cultura brasileira”, comenta.

Sua inteligência o levou a desbravar caminhos e encontrar recursos para driblar momentos difíceis de censura. Permitiu abrir espaço para a diversidade entre seus entrevistados, quando nem mesmo esse era o assunto de maior destaque no país – de presidentes da República a grandes artistas. “O sofá do Jô era democrático e atento o suficiente para também receber e destacar os artistas de rua ou mesmo vendedores de pipoca. Ou juntar um grupo apenas de mulheres jornalistas, semanalmente, para debater política e economia – o inesquecível ‘Meninas do Jô’, acerto deste visionário que se manteve no ar por 11 anos. O que importava era a história que tinha para contar. Se fosse interessante, estava habilitado a ir ao programa do Jô”, conclui o professor.

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